Minha família sempre
foi curiosa: desde que eu me conheço por gente, dois eventos esportivos são
sagrados para a família Frantz Celtan, jogo do Inter (foi mal aí gente, mas eu
mal sei diferenciar o juiz da bola) e corrida de Fórmula 1. Fui aquela criança
que tinha todos os brinquedos “de menina” possíveis e uma caixa lotada de
carrinhos de F-1 – apesar de ter implorado por um Transformer e nunca ter ganho
porque era “coisa de menino” – lembro de um roxo ser o meu favorito, era o
"meu" carro. Quando as corridas aconteciam em locais de fuso horário
inverso, nós colocávamos despertador para conseguir assistir.
Então é óbvio que eu
estava acompanhando o GP de San Marino quando o Senna perdeu o controle da sua
Williams. E eu estava acompanhando quando a sua morte foi confirmada.
Lembro que a minha
mãe costumava dizer “esse guri é muito 'fominha', ainda vai se matar”, mas a
notícia pegou a todos nós – cabe dizer, torcedores ferrenhos do Piquet – de
surpresa.
Ayrton Senna não era
conhecido pela simpatia. Não mostrava os dentes por ai. Financiava obras de
caridade, mas preferiu o anonimato ao exibicionismo tão em voga na época,
quando celebridades colocavam seus nomes em fundações helloooo Fundação
Xuxa Meneghel e davam mais ênfase aos holofotes do que às obras em sim.
Foi depois da morte
que a face de Ayrton Senna como ser humano veio à tona. As obras assistenciais
gerenciadas pela irmã chegaram ao conhecimento do grande público e foi lançada
uma linha de produtos licenciados.
A despeito de todo o
escarcéu midiático da época, com direito ao lançamento de uma série de
bugigangas sem qualquer utilidade, o que inclui um impagável cd com diversas
versões do Tema da Vitória, a figura de Ayrton Senna emergiu dos boxes e passou
a ser visto como mais do que um dos maiores esportistas brasileiros, mas como
um exemplo de integridade, trabalho duro e determinação, deixando um legado que
vai além das conquistas profissionais.
Ayrton, você não
chegou aos 60 como mencionou certa vez, mas você fez diferença na vida de
inúmeras pessoas. Isso faz de você um vencedor. Você afirmava ter orgulho de
ser brasileiro, mas é o povo brasileiro que tem orgulho de você.
Descanse em paz.
“Para mim, a mulher não é para exibir, é para dar atenção e para amar.”
“Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos
começar. Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das
nações e do planeta seja digno.”
“Somos insignificantes. Por mais que você programe sua vida, a qualquer
momento tudo pode mudar.”
“Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e
competência.”
“O importante é ganhar. Tudo e sempre. Essa história de que o importante
é competir não passa de pura demagogia.”
“Uma maneira de preservar sua própria imagem é não deixar que o mundo
invada sua casa. Foi um modo que encontrei de preservar ao máximo meus
valores.”
“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu
último limite e dar o melhor de si.”
“Podem ser encontrados aspectos positivos até nas situações negativas e
é possível utilizar tudo isso como experiência para o futuro, seja como piloto,
seja como homem.”
“Eu sou feliz. Serei plenamente feliz, talvez, se chegar com sabedoria
aos 60 anos. De qualquer forma, ainda tenho muita vida pela frente.”
“[Ao ser tricampeão] Para ser honesto, não me sinto o maior ídolo
brasileiro. Não me sinto uma pessoa tão importante assim para merecer uma festa
durante uma noite toda no Brasil.”
“Tudo o que consegui foi através de dedicação, perseverança e muito
desejo de atingir meus objetivos. Desejos de vitória, vitória de vida e não
como piloto.”
“Não existe mérito de uma pessoa na Fórmula 1. Mérito existe de uma
equipe. São os mecânicos, os projetistas, os patrocinadores, que financiam o
equipamento. Os fornecedores de motores, de pneus, enfim, é um conjunto de
pessoas.”
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