Agora que você já chegou em Jaguarão, já largou as
malas e colocou uma roupinha confortável, é hora de estourar o cartão fazer a
economia girar.
O acesso a Rio Branco se dá pela Ponte Internacional
Mauá. Reconhecida como Patrimônio Cultural pelos países do Mercosul, a ponte
vale uma parada. É muito bonita e no finalzinho da tarde, fica mais bonita
ainda.
Chegando em Rio Branco, algumas coisas básicas a se
considerar:
- Tem limite de compra?
Tem. A cota por pessoa é de US$300. Não, não dá pra
somar com a cota da mãe, do namorado, do cachorro ou da colega de excursão.
- Tudo entra na cota?
Não. Você pode comprar um relógio de pulso e uma
câmera fotográfica. Itens de maquiagem não costumam ser considerados.
Muito cuidado na hora de comprar ar-condicionado.
Vale muito a pena pelo preço MAS a maioria excede os US$300 então é bom
declarar pra evitar constrangimentos.
Bebidas têm o limite de 12 litros.
- É tudo original?
É. A fiscalização é bem rigorosa, portanto, não se
corre o risco de voltar pra casa com um originalíssimo Wiktoria’s Secrets.
- Vale a pena?
Sim e não. Juro que lá adiante eu explico.
Algumas dicas úteis:
- Use roupas e sapatos confortáveis. Parece manjado,
mas não é. Além de machucar, o desconforto pode deixar você ansiosa e acabar
atrapalhando. Você compra qualquer porqueira que vê pela frente porque quer ir
embora pra casa soltar logo o botão da calça 36. Especialmente se a ideia for
comprar tênis (vale muito a pena), este não é o momento pra usar aquela
gladiadora com 17 fivelas e que vai até o joelho. Até tênis eu acho chato; na
terceira vez que tiver que desamarrar eu já desisto e não experimento mais
nada;
- Muito cuidado ao comprar eletrônicos. Alguns
produtos fabricados no exterior, especialmente na Europa, trabalham com a freqüência
de 50Hz, enquanto os aparelhos brasileiros são 60Hz;
- Outra coisa a considerar na hora de trazer um
eletrônico é o “plug”. Comprei um depilador da Philips e ele veio com o
conector em um padrão do leste europeu (juro), tive que comprar um adaptador
(mas esse depilador é assunto pra outro post).
Agora sobre cosméticos, o que tem lá e o que vale a
pena?
Bom, antes de mais nada é preciso ter em mente: NÃO
tem MAC, NÃO tem Urban Decay, NÃO tem NYX e NÃO tem Vichy.
Marcas como Revlon, L’Oreal, Dior, Lancome, Clinique
e Clarins têm em toda loja e sai pela metade do preço. No mínimo. O CC Cream da Clinique por exemplo sai por US$41, já no Brasil sai por R$149,00. Os chubby sticks também, saem por US$20, exatamente a metade do preço daqui.
Moroccanoil tem, mas não vale a pena em termos de
preço, vale mais comprar a linha Orofluido que é maravilhosa e bem mais em
conta.
Existe um salão na rua, próximo à ponte que vende
Kerastase. Não é BARATO, mas uma máscara que custa R$179,00 sai em torno de
R$120,00.
Não tem Vichy, mas tem ROC, e posso dizer pra vocês:
É MA-RA-VI-LHO-SO. Trouxe um kit da Roc Retin-Ox Correxion pra uma amiga,
que de acordo com o site da Panvel custaria R$464,00, e eu paguei US$103 pelos
três produtos.
O que chamou a atenção.
Sempre aconselho a ir primeiro de um lado da avenida e depois do outro, assim evita deixar alguma loja de lado. Se for de carro, tente estacionar mais ou menos pela metade, assim se precisar deixar alguma coisa economiza caminhada.
Começando pela direita, no sentido Brasil-Uruguai,
temos a Bekarte. Gostei MUITO da loja. A parte de baixo tem muita coisa de
maquiagem, especialmente paletas da LA Colors (trouxe várias) por um preço que
regula com a Cherry Culture. No andar de cima, tem a parte de vestuário e é ali
que o bicho pega. Além de GAP e Benetton, que é meio padrão por lá, o acervo de
Michael Kors é incrível. As bolsas saem em torno de US$300, o que é MUITO em
conta em se tratando de MK.
Eles trabalham com marcas uruguaias e a lã uruguaia
é MUITO boa. Os casacos de inverno ficavam na faixa de US$120. Além disso,
vários chapéus bonitos e por um preço bem digno. O lado ruim? As vendedoras
grudam. Não tem como dar três passos sem ela estar praticamente aderida. Acabei
desistindo de experimentar um chapéu por causa disso.
A Mauá tem Mavala. O acervo não é muito grande, mas
vale pra matar a vontade de ter um vidrinho por US$4, em vez dos R$25,00
cobrados no Brasil.
É agora que vocês me matam. Uma das últimas lojas do
lado direito tinha o babyliss milagroso. Um gêmeo do Miracurl por US$75. Só que
a anta pessoa aqui não pegou o nome da loja dêem um
desconto, eu estava cansada e louca pra ir pra casa abrir o botão da calça
36 mas garanto que é fácil de achar, é uma das últimas lojas nesse
lado, antes de chegar na Neutral, não tem muito como errar.
A Neutral é básico, todo mundo conhece, então não
vale muito falar nela. É o tipo de loja que tem tudo; se a vontade for
economizar a sola do Loubie e ir SÓ na Neutral dá pra encontrar tudo em um só
lugar e ir embora. Pra não dizer que não teve nada que me chamou a atenção, foi
a loja onde eu encontrei a maior quantidade de artigos para lutas.
Fazendo o caminho inverso dá pra enlouquecer na
Virrey, que foi onde eu encontrei China Glaze por US$4, além de uma marca que
promete endurecer as unhas (isso também vai virar post).
A Duty Free Americas na minha opinião é a que tem a parte de
cabelos mais organizada. Não tem nada muito fora do padrão, tem L’Oreal,
Tressemé, Sebastian e por ai vai, mas acho que a organização deles acaba
facilitando a nossa vida.
A Mario tem cara de loja de departamentos e não me
perguntem porque, é sempre a loja com as maiores filas. E é lá que se encontra
o maior acervo de cama, mesa e banho. No dia que nós fomos, praticamente todos
os que estavam na fila tinham pelo menos um jogo de cama no carrinho, mas em função
do tamanho da fila, preferi comprar na Camicado mesmo.
A última loja, que quase ninguém nota de tão na
ponta que ela fica é a The Place. Gostei da parte de maquiagem, achei super
organizada e foi a loja onde eu encontrei a maior quantidade de produtos da
Bourjois, MAS o que me encantou mesmo lá foi a linha da Buckley London, que eu
nunca tinha visto por aqui. São bijuterias finas (odeio esse termo) bem famosas na Inglaterra. O preço regula com a loja
virtual, com a vantagem de comprar na hora e não correr o risco de ser taxado.
Estou in love com esse brinco de coração, custou US$34 se não me engano.
Vale mais levar dinheiro ou cartão? Olha... levando
o cartão a gente fica sujeita à cotação do dólar, então se der alguma alteração
muito brusca entre a data da compra e o fechamento da fatura, pode dar
prejuízo. Também é bom lembrar que toda compra feita em território
internacional está sujeita à cobrança de IOF, que é de 6,38%. Por outro lado, sair
com dinheiro pode não ser a coisa mais confortável do mundo... Infelizmente vou
ter que deixar isso a critério de vocês tirando o corpo
fora.
Bom, eu tinha dito que valia E não valia a pena,
agora deixa eu explicar o motivo: óbvio que os preços são muito bons, mas a
euforia pelo preço baixo pode levar à compra por impulso, e você pode acabar
comprando muito mais do que precisa (vide quando eu fui pro Chuí e voltei com oito tubos de base). Mas sabendo se controlar, dá pra fazer um estoquezinho
legal sem pesar na consciência (e no bolso).
Bom feriado!
0 comentários:
Postar um comentário