quinta-feira, 1 de maio de 2014

Compras na fronteira - Jaguarão (Parte 2)

Agora que você já chegou em Jaguarão, já largou as malas e colocou uma roupinha confortável, é hora de  estourar o cartão fazer a economia girar.

O acesso a Rio Branco se dá pela Ponte Internacional Mauá. Reconhecida como Patrimônio Cultural pelos países do Mercosul, a ponte vale uma parada. É muito bonita e no finalzinho da tarde, fica mais bonita ainda.


Chegando em Rio Branco, algumas coisas básicas a se considerar:
- Tem limite de compra?
Tem. A cota por pessoa é de US$300. Não, não dá pra somar com a cota da mãe, do namorado, do cachorro ou da colega de excursão.

- Tudo entra na cota?
Não. Você pode comprar um relógio de pulso e uma câmera fotográfica. Itens de maquiagem não costumam ser considerados.
Muito cuidado na hora de comprar ar-condicionado. Vale muito a pena pelo preço MAS a maioria excede os US$300 então é bom declarar pra evitar constrangimentos.
Bebidas têm o limite de 12 litros.

- É tudo original?
É. A fiscalização é bem rigorosa, portanto, não se corre o risco de voltar pra casa com um originalíssimo Wiktoria’s Secrets.

- Vale a pena?
Sim e não. Juro que lá adiante eu explico.

Algumas dicas úteis:
- Use roupas e sapatos confortáveis. Parece manjado, mas não é. Além de machucar, o desconforto pode deixar você ansiosa e acabar atrapalhando. Você compra qualquer porqueira que vê pela frente porque quer ir embora pra casa soltar logo o botão da calça 36. Especialmente se a ideia for comprar tênis (vale muito a pena), este não é o momento pra usar aquela gladiadora com 17 fivelas e que vai até o joelho. Até tênis eu acho chato; na terceira vez que tiver que desamarrar eu já desisto e não experimento mais nada;
- Muito cuidado ao comprar eletrônicos. Alguns produtos fabricados no exterior, especialmente na Europa, trabalham com a freqüência de 50Hz, enquanto os aparelhos brasileiros são 60Hz;
- Outra coisa a considerar na hora de trazer um eletrônico é o “plug”. Comprei um depilador da Philips e ele veio com o conector em um padrão do leste europeu (juro), tive que comprar um adaptador (mas esse depilador é assunto pra outro post).

Agora sobre cosméticos, o que tem lá e o que vale a pena?
Bom, antes de mais nada é preciso ter em mente: NÃO tem MAC, NÃO tem Urban Decay, NÃO tem NYX e NÃO tem Vichy.
Marcas como Revlon, L’Oreal, Dior, Lancome, Clinique e Clarins têm em toda loja e sai pela metade do preço. No mínimo. O CC Cream da Clinique por exemplo sai por US$41, já no Brasil sai por R$149,00. Os chubby sticks também, saem por US$20, exatamente a metade do preço daqui.
Moroccanoil tem, mas não vale a pena em termos de preço, vale mais comprar a linha Orofluido que é maravilhosa e bem mais em conta.

Existe um salão na rua, próximo à ponte que vende Kerastase. Não é BARATO, mas uma máscara que custa R$179,00 sai em torno de R$120,00.

Não tem Vichy, mas tem ROC, e posso dizer pra vocês: É MA-RA-VI-LHO-SO. Trouxe um kit da Roc Retin-Ox Correxion pra uma amiga, que de acordo com o site da Panvel custaria R$464,00, e eu paguei US$103 pelos três produtos. 

O que chamou a atenção.
Sempre aconselho a ir primeiro de um lado da avenida e depois do outro, assim evita deixar alguma loja de lado. Se for de carro, tente estacionar mais ou menos pela metade, assim se precisar deixar alguma coisa economiza caminhada.

Começando pela direita, no sentido Brasil-Uruguai, temos a Bekarte. Gostei MUITO da loja. A parte de baixo tem muita coisa de maquiagem, especialmente paletas da LA Colors (trouxe várias) por um preço que regula com a Cherry Culture. No andar de cima, tem a parte de vestuário e é ali que o bicho pega. Além de GAP e Benetton, que é meio padrão por lá, o acervo de Michael Kors é incrível. As bolsas saem em torno de US$300, o que é MUITO em conta em se tratando de MK.
Eles trabalham com marcas uruguaias e a lã uruguaia é MUITO boa. Os casacos de inverno ficavam na faixa de US$120. Além disso, vários chapéus bonitos e por um preço bem digno. O lado ruim? As vendedoras grudam. Não tem como dar três passos sem ela estar praticamente aderida. Acabei desistindo de experimentar um chapéu por causa disso.

A Mauá tem Mavala. O acervo não é muito grande, mas vale pra matar a vontade de ter um vidrinho por US$4, em vez dos R$25,00 cobrados no Brasil.

É agora que vocês me matam. Uma das últimas lojas do lado direito tinha o babyliss milagroso. Um gêmeo do Miracurl por US$75. Só que a anta pessoa aqui não pegou o nome da loja dêem um desconto, eu estava cansada e louca pra ir pra casa abrir o botão da calça 36 mas garanto que é fácil de achar, é uma das últimas lojas nesse lado, antes de chegar na Neutral, não tem muito como errar.

A Neutral é básico, todo mundo conhece, então não vale muito falar nela. É o tipo de loja que tem tudo; se a vontade for economizar a sola do Loubie e ir SÓ na Neutral dá pra encontrar tudo em um só lugar e ir embora. Pra não dizer que não teve nada que me chamou a atenção, foi a loja onde eu encontrei a maior quantidade de artigos para lutas.

Fazendo o caminho inverso dá pra enlouquecer na Virrey, que foi onde eu encontrei China Glaze por US$4, além de uma marca que promete endurecer as unhas (isso também vai virar post).

A Duty Free Americas na minha opinião é a que tem a parte de cabelos mais organizada. Não tem nada muito fora do padrão, tem L’Oreal, Tressemé, Sebastian e por ai vai, mas acho que a organização deles acaba facilitando a nossa vida.

A Mario tem cara de loja de departamentos e não me perguntem porque, é sempre a loja com as maiores filas. E é lá que se encontra o maior acervo de cama, mesa e banho. No dia que nós fomos, praticamente todos os que estavam na fila tinham pelo menos um jogo de cama no carrinho, mas em função do tamanho da fila, preferi comprar na Camicado mesmo.

A última loja, que quase ninguém nota de tão na ponta que ela fica é a The Place. Gostei da parte de maquiagem, achei super organizada e foi a loja onde eu encontrei a maior quantidade de produtos da Bourjois, MAS o que me encantou mesmo lá foi a linha da Buckley London, que eu nunca tinha visto por aqui. São bijuterias finas (odeio esse termo)  bem famosas na Inglaterra. O preço regula com a loja virtual, com a vantagem de comprar na hora e não correr o risco de ser taxado. Estou in love com esse brinco de coração, custou US$34 se não me engano.



Vale mais levar dinheiro ou cartão? Olha... levando o cartão a gente fica sujeita à cotação do dólar, então se der alguma alteração muito brusca entre a data da compra e o fechamento da fatura, pode dar prejuízo. Também é bom lembrar que toda compra feita em território internacional está sujeita à cobrança de IOF, que é de 6,38%. Por outro lado, sair com dinheiro pode não ser a coisa mais confortável do mundo... Infelizmente vou ter que deixar isso a critério de vocês tirando o corpo fora.

Bom, eu tinha dito que valia E não valia a pena, agora deixa eu explicar o motivo: óbvio que os preços são muito bons, mas a euforia pelo preço baixo pode levar à compra por impulso, e você pode acabar comprando muito mais do que precisa (vide quando eu fui pro Chuí e voltei com oito tubos de base). Mas sabendo se controlar, dá pra fazer um estoquezinho legal sem pesar na consciência (e no bolso).

Bom feriado!
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