quinta-feira, 1 de maio de 2014

20 anos sem Ayrton Senna

Minha família sempre foi curiosa: desde que eu me conheço por gente, dois eventos esportivos são sagrados para a família Frantz Celtan, jogo do Inter (foi mal aí gente, mas eu mal sei diferenciar o juiz da bola) e corrida de Fórmula 1. Fui aquela criança que tinha todos os brinquedos “de menina” possíveis e uma caixa lotada de carrinhos de F-1 – apesar de ter implorado por um Transformer e nunca ter ganho porque era “coisa de menino” – lembro de um roxo ser o meu favorito, era o "meu" carro. Quando as corridas aconteciam em locais de fuso horário inverso, nós colocávamos despertador para conseguir assistir.
Então é óbvio que eu estava acompanhando o GP de San Marino quando o Senna perdeu o controle da sua Williams. E eu estava acompanhando quando a sua morte foi confirmada.
Lembro que a minha mãe costumava dizer “esse guri é muito 'fominha', ainda vai se matar”, mas a notícia pegou a todos nós – cabe dizer, torcedores ferrenhos do Piquet – de surpresa.
Ayrton Senna não era conhecido pela simpatia. Não mostrava os dentes por ai. Financiava obras de caridade, mas preferiu o anonimato ao exibicionismo tão em voga na época, quando celebridades colocavam seus nomes em fundações helloooo Fundação Xuxa Meneghel e davam mais ênfase aos holofotes do que às obras em sim.
Foi depois da morte que a face de Ayrton Senna como ser humano veio à tona. As obras assistenciais gerenciadas pela irmã chegaram ao conhecimento do grande público e foi lançada uma linha de produtos licenciados.
A despeito de todo o escarcéu midiático da época, com direito ao lançamento de uma série de bugigangas sem qualquer utilidade, o que inclui um impagável cd com diversas versões do Tema da Vitória, a figura de Ayrton Senna emergiu dos boxes e passou a ser visto como mais do que um dos maiores esportistas brasileiros, mas como um exemplo de integridade, trabalho duro e determinação, deixando um legado que vai além das conquistas profissionais.

Ayrton, você não chegou aos 60 como mencionou certa vez, mas você fez diferença na vida de inúmeras pessoas. Isso faz de você um vencedor. Você afirmava ter orgulho de ser brasileiro, mas é o povo brasileiro que tem orgulho de você.
Descanse em paz.


“Para mim, a mulher não é para exibir, é para dar atenção e para amar.”

“Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar. Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das nações e do planeta seja digno.”

“Somos insignificantes. Por mais que você programe sua vida, a qualquer momento tudo pode mudar.”

“Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência.”

“O importante é ganhar. Tudo e sempre. Essa história de que o importante é competir não passa de pura demagogia.”

“Uma maneira de preservar sua própria imagem é não deixar que o mundo invada sua casa. Foi um modo que encontrei de preservar ao máximo meus valores.”

“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si.”

“Podem ser encontrados aspectos positivos até nas situações negativas e é possível utilizar tudo isso como experiência para o futuro, seja como piloto, seja como homem.”

“Eu sou feliz. Serei plenamente feliz, talvez, se chegar com sabedoria aos 60 anos. De qualquer forma, ainda tenho muita vida pela frente.”

“[Ao ser tricampeão] Para ser honesto, não me sinto o maior ídolo brasileiro. Não me sinto uma pessoa tão importante assim para merecer uma festa durante uma noite toda no Brasil.”

“Tudo o que consegui foi através de dedicação, perseverança e muito desejo de atingir meus objetivos. Desejos de vitória, vitória de vida e não como piloto.”

“Não existe mérito de uma pessoa na Fórmula 1. Mérito existe de uma equipe. São os mecânicos, os projetistas, os patrocinadores, que financiam o equipamento. Os fornecedores de motores, de pneus, enfim, é um conjunto de pessoas.”

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Compras na fronteira - Jaguarão (Parte 2)

Agora que você já chegou em Jaguarão, já largou as malas e colocou uma roupinha confortável, é hora de  estourar o cartão fazer a economia girar.

O acesso a Rio Branco se dá pela Ponte Internacional Mauá. Reconhecida como Patrimônio Cultural pelos países do Mercosul, a ponte vale uma parada. É muito bonita e no finalzinho da tarde, fica mais bonita ainda.


Chegando em Rio Branco, algumas coisas básicas a se considerar:
- Tem limite de compra?
Tem. A cota por pessoa é de US$300. Não, não dá pra somar com a cota da mãe, do namorado, do cachorro ou da colega de excursão.

- Tudo entra na cota?
Não. Você pode comprar um relógio de pulso e uma câmera fotográfica. Itens de maquiagem não costumam ser considerados.
Muito cuidado na hora de comprar ar-condicionado. Vale muito a pena pelo preço MAS a maioria excede os US$300 então é bom declarar pra evitar constrangimentos.
Bebidas têm o limite de 12 litros.

- É tudo original?
É. A fiscalização é bem rigorosa, portanto, não se corre o risco de voltar pra casa com um originalíssimo Wiktoria’s Secrets.

- Vale a pena?
Sim e não. Juro que lá adiante eu explico.

Algumas dicas úteis:
- Use roupas e sapatos confortáveis. Parece manjado, mas não é. Além de machucar, o desconforto pode deixar você ansiosa e acabar atrapalhando. Você compra qualquer porqueira que vê pela frente porque quer ir embora pra casa soltar logo o botão da calça 36. Especialmente se a ideia for comprar tênis (vale muito a pena), este não é o momento pra usar aquela gladiadora com 17 fivelas e que vai até o joelho. Até tênis eu acho chato; na terceira vez que tiver que desamarrar eu já desisto e não experimento mais nada;
- Muito cuidado ao comprar eletrônicos. Alguns produtos fabricados no exterior, especialmente na Europa, trabalham com a freqüência de 50Hz, enquanto os aparelhos brasileiros são 60Hz;
- Outra coisa a considerar na hora de trazer um eletrônico é o “plug”. Comprei um depilador da Philips e ele veio com o conector em um padrão do leste europeu (juro), tive que comprar um adaptador (mas esse depilador é assunto pra outro post).

Agora sobre cosméticos, o que tem lá e o que vale a pena?
Bom, antes de mais nada é preciso ter em mente: NÃO tem MAC, NÃO tem Urban Decay, NÃO tem NYX e NÃO tem Vichy.
Marcas como Revlon, L’Oreal, Dior, Lancome, Clinique e Clarins têm em toda loja e sai pela metade do preço. No mínimo. O CC Cream da Clinique por exemplo sai por US$41, já no Brasil sai por R$149,00. Os chubby sticks também, saem por US$20, exatamente a metade do preço daqui.
Moroccanoil tem, mas não vale a pena em termos de preço, vale mais comprar a linha Orofluido que é maravilhosa e bem mais em conta.

Existe um salão na rua, próximo à ponte que vende Kerastase. Não é BARATO, mas uma máscara que custa R$179,00 sai em torno de R$120,00.

Não tem Vichy, mas tem ROC, e posso dizer pra vocês: É MA-RA-VI-LHO-SO. Trouxe um kit da Roc Retin-Ox Correxion pra uma amiga, que de acordo com o site da Panvel custaria R$464,00, e eu paguei US$103 pelos três produtos. 

O que chamou a atenção.
Sempre aconselho a ir primeiro de um lado da avenida e depois do outro, assim evita deixar alguma loja de lado. Se for de carro, tente estacionar mais ou menos pela metade, assim se precisar deixar alguma coisa economiza caminhada.

Começando pela direita, no sentido Brasil-Uruguai, temos a Bekarte. Gostei MUITO da loja. A parte de baixo tem muita coisa de maquiagem, especialmente paletas da LA Colors (trouxe várias) por um preço que regula com a Cherry Culture. No andar de cima, tem a parte de vestuário e é ali que o bicho pega. Além de GAP e Benetton, que é meio padrão por lá, o acervo de Michael Kors é incrível. As bolsas saem em torno de US$300, o que é MUITO em conta em se tratando de MK.
Eles trabalham com marcas uruguaias e a lã uruguaia é MUITO boa. Os casacos de inverno ficavam na faixa de US$120. Além disso, vários chapéus bonitos e por um preço bem digno. O lado ruim? As vendedoras grudam. Não tem como dar três passos sem ela estar praticamente aderida. Acabei desistindo de experimentar um chapéu por causa disso.

A Mauá tem Mavala. O acervo não é muito grande, mas vale pra matar a vontade de ter um vidrinho por US$4, em vez dos R$25,00 cobrados no Brasil.

É agora que vocês me matam. Uma das últimas lojas do lado direito tinha o babyliss milagroso. Um gêmeo do Miracurl por US$75. Só que a anta pessoa aqui não pegou o nome da loja dêem um desconto, eu estava cansada e louca pra ir pra casa abrir o botão da calça 36 mas garanto que é fácil de achar, é uma das últimas lojas nesse lado, antes de chegar na Neutral, não tem muito como errar.

A Neutral é básico, todo mundo conhece, então não vale muito falar nela. É o tipo de loja que tem tudo; se a vontade for economizar a sola do Loubie e ir SÓ na Neutral dá pra encontrar tudo em um só lugar e ir embora. Pra não dizer que não teve nada que me chamou a atenção, foi a loja onde eu encontrei a maior quantidade de artigos para lutas.

Fazendo o caminho inverso dá pra enlouquecer na Virrey, que foi onde eu encontrei China Glaze por US$4, além de uma marca que promete endurecer as unhas (isso também vai virar post).

A Duty Free Americas na minha opinião é a que tem a parte de cabelos mais organizada. Não tem nada muito fora do padrão, tem L’Oreal, Tressemé, Sebastian e por ai vai, mas acho que a organização deles acaba facilitando a nossa vida.

A Mario tem cara de loja de departamentos e não me perguntem porque, é sempre a loja com as maiores filas. E é lá que se encontra o maior acervo de cama, mesa e banho. No dia que nós fomos, praticamente todos os que estavam na fila tinham pelo menos um jogo de cama no carrinho, mas em função do tamanho da fila, preferi comprar na Camicado mesmo.

A última loja, que quase ninguém nota de tão na ponta que ela fica é a The Place. Gostei da parte de maquiagem, achei super organizada e foi a loja onde eu encontrei a maior quantidade de produtos da Bourjois, MAS o que me encantou mesmo lá foi a linha da Buckley London, que eu nunca tinha visto por aqui. São bijuterias finas (odeio esse termo)  bem famosas na Inglaterra. O preço regula com a loja virtual, com a vantagem de comprar na hora e não correr o risco de ser taxado. Estou in love com esse brinco de coração, custou US$34 se não me engano.



Vale mais levar dinheiro ou cartão? Olha... levando o cartão a gente fica sujeita à cotação do dólar, então se der alguma alteração muito brusca entre a data da compra e o fechamento da fatura, pode dar prejuízo. Também é bom lembrar que toda compra feita em território internacional está sujeita à cobrança de IOF, que é de 6,38%. Por outro lado, sair com dinheiro pode não ser a coisa mais confortável do mundo... Infelizmente vou ter que deixar isso a critério de vocês tirando o corpo fora.

Bom, eu tinha dito que valia E não valia a pena, agora deixa eu explicar o motivo: óbvio que os preços são muito bons, mas a euforia pelo preço baixo pode levar à compra por impulso, e você pode acabar comprando muito mais do que precisa (vide quando eu fui pro Chuí e voltei com oito tubos de base). Mas sabendo se controlar, dá pra fazer um estoquezinho legal sem pesar na consciência (e no bolso).

Bom feriado!
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Compras na fronteira - Jaguarão (Parte 1)

Olá meus amores
Não, eu não morri ;) Ai que vergonha!
Mais um feriad(ã)o se aproxima e pra boa parte dos gaúchos, feriado prolongado significa VIAJAR PRA FRONTEIRA. A tríade Chuí, Jaguarão, Livramento é o destino favorito daqueles que querem fazer compras sem ir à falência aloooooo carga abusiva de impostos.
Estive em Jaguarão há duas semanas e vim aqui, fazer um roteirozinho básico do que vale a pena.

Vem comigo, no caminho eu te explico.

Pra quem não conhece, Jaguarão é uma cidadezinha fofa situada na fronteira com o Uruguai, pra ser mais específica, com a cidade de Rio Branco, localizada a 395km de Porto Alegre, o que dá umas cinco horas de carro. Das três cidades que eu mencionei, ela é a minha favorita. Sabe aquelas imagens de cidade de colonização portuguesa, com as casinhas coloridas com detalhes em branco? Jaguarão é quase toda assim.



A cidade é pequena, algo em torno de 25 mil habitantes, então eu SEMPRE recomendo reservar hospedagem. Como a cidade fica perto de Pelotas, o fluxo aumenta muito em feriados e recessos das universidades da região.

Onde ficar?
Costumo ficar no Hotel Sinuelo tinto doce, mas infelizmente dessa vez não conseguimos vaga, então acabamos indo para uma pousada nas proximidades, a Artisan. A pousada é uma graça, conta com um bazar com objetos de decoração lindíssimos – comprei um porta-chaves em bronze com gatos muito bonito. Destaco as peças em porcelana, os conjuntos de acessórios para lareira (a minha é elétrica, então não rolou) e os chaveiros e pesos de papel alusivos a cursos de graduação – a cidade abriga um campus da UNIPAMPA, então a presença de universitários é constante.

Lado negativo: a acústica do local. Sério. Era possível ouvir a circulação dos outros hóspedes pelos corredores, o que se torna um inferno depois de horas de estrada. Mesmo assim recomendo, o local é bonito e bem arrumadinho.

O que visitar?
Se você não pretende passar todo o seu tempo batendo perna nas lojas, é bom ter uma ideia das opções na cidade.

Museu Dr. Carlos Barbosa
O casarão histórico, foi construído em 1886 e transformado em museu em 1977, contém uma coleção sofisticada de louças, obras de arte, fotografias, objetos pessoais e mobiliário, característicos do final do século XIX e início do século XX. Foi a primeira residência da cidade a ter luz elétrica e ainda conserva lâmpadas originais em funcionamento. Funcionamento: de terça a sábado, das 09h às 11h e das 14 às 17h.  Telefone: 3261 1746.

Igreja Imaculada Conceição
Destaque para os altares esculpidos em mármore europeu. Visitas podem ser agendadas na Secretaria da Igreja, que funciona de segunda à sexta das 9:00h às 12:00h e das 14:00h às 18:00h, e aos sábados das 9:00h às 12:00h.

Teatro Esperança
Palco de apresentações de grandes companhias nacionais e internacionais além de espetáculos circenses. O teatro possui uma excelente acústica e em seus bastidores pode se movimentar até oito cenários. É um grande marco do engajamento da cidade com a movimentação cultural e artística do país e do Uruguai.

Casa de Cultura
O local onde funciona, atualmente, a Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão é considerado uma das relíquias arquitetônicas do estado gaúcho. O prédio compõe o conjunto de edificações históricas que configuram o entorno da Praça Dr. Alcides Marques. Seu primeiro uso, ainda no século XIX, foi residencial e nos primeiros anos do século XX passou a funcionar como educandário, ligado a ordens religiosas. Em seguida, passou a ser sede do Poder Judiciário e funcionou como Fórum da Comarca até o ano de 1994. Em 1996 foi transformado em Casa de Cultura, passando a promover diversas atividades como oficinas, exposições de arte e mostras culturais.

Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão
Fundado em 1966, é responsável pela salvaguarda de artefatos e documentação histórica sobre a cidade e região. Sediado no prédio do antigo Partido Libertador, abriga o Museu Alfredo Varela, arquivo histórico e biblioteca. Horário de funcionamento: de terça a sábado. Das 9:00h até 11:30h e das 14:00h até 17:30h .Fone: (53) 3261-9063.

Além disso, Jaguarão contém algumas praças bastante agradáveis, mas essas informações podem ser obtidas no site da Prefeitura ou numa busca rápida no Google, preferi priorizar aquelas opções que exijam um agendamento prévio ou que tenham horário de funcionamento – ninguém merece dar de cara na porta.

Mas o interesse é em compras mesmo?

Bora pra Parte 2!
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